segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ninguém é capaz de entender o que se faz debaixo do sol


O destino de todos


* Silvestre Gonçalez

Eu conheci um homem chamado Herbert e fiquei surpreso com os conhecimentos que ele tinha. Aproveitando a oportunidade comecei a indagar sobre alguns problemas que todos enfrentam no dia-a-dia. Ele me disse que a vida é assim mesmo, uns têm problemas demais outros menos, mas ninguém vive sem os seus.
Depois ele continuou a me explicar que na vida há tempo para tudo. Tempo para nascer e morrer. Tempo de plantar e colher. Tempo para chorar e rir. Tempo para ficar calado (só ouvindo) e tempo de falar. Tempo de lutar e de viver em paz. Descobri com Herbert que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.
Segundo disse Herbert, é melhor ter na vida um punhado de coisas com tranquilidade do que muito à custa de esforço desgastante prejudicando a saúde sem poder aproveitar. Este homem também me disse que é melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Porque se um cair o outro pode ajudar a levantar-se. Disse-me ainda que das muitas ocupações brotam sonhos, do muito falar nasce a prosa vã do insensato..
Assim, descobri que, para o homem, o melhor e o que mais vale a pena é comer, beber, e desfrutar o resultado de todo o esforço que se faz debaixo do sol durante os poucos dias de vida que Deus nos dá (comparado com a eternidade), pois essa é a sua recompensa. E quando Deus concede riquezas e bens a alguém e o capacita a desfrutá-los, a aceitar a sua sorte e a ser feliz em seu trabalho, isso é um presentão. Raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração.
Porquanto é bom ficar atento porque há uma hora certa e também uma maneira certa de agir para cada situação.
Ninguém é capaz de entender o que se faz debaixo do sol. Por mais que se esforce para descobrir o sentido das coisas, o homem não encontrará. O sábio pode até afirmar que entende, mas, na realidade, não consegue encontrar.
O que mais me impressionou no Hebert foi quando disse sobre os destinos de todos nós: o que acontece com o homem bom, acontece com o homem mau, o que acontece com quem faz juramentos, acontece com quem teme fazê-los. O coração dos homens, além do mais, está cheio de maldade e de loucura durante a vida; e por fim eles se juntarão aos mortos. Quem está entre os vivos tem esperança.
Para finalizar ele me disse: os velozes nem sempre vencem a corrida, os fortes nem sempre triunfam na guerra, os prudentes nem sempre são ricos, os instruídos (os que mais estudam) nem sempre têm prestígio, pois o tempo e o acaso afetam a todos. Além do mais ninguém sabe quando virá a sua hora. Agora que já ouviu tudo, aqui está à conclusão: um dia Deus julgará tudo o que foi feito inclusive tudo o que está escondido aos olhos dos homens, seja bom, seja mau. Prepare-se.
Quero dizer-lhes que não existe nenhum Herbert, foi invenção minha, desculpem-me, mas este texto foi escrito há mais de 2.300 anos antes de Cristo e é bem atual e está no livro da Bíblia em Eclesiastes no Velho Testamento. Se por acaso dissesse no começo do texto sobre o autor, talvez alguns poderiam não ler.

Silvestre Gonçalez, 54 anos, é jornalista e publicitário, mora em Sumaré.
Celular: 9275.9866
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